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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Boxing Day

Quando uma colega tailandesa disse que ia acordar as 5h da manhã para ficar na fila da Harrolds no Boxing Day, achei puro exagero. Coisa de oriental, pensei eu. Fui aparecer na Oxford Street lá para as 10h da manhã. Há meses tinha em mente o que queria comprar: uma bolsa Prada. Fui direto para a Selfridge, uma loja de departamentos bem bacana, direto para o box da Prada. Tomei na cara: a fila estava dando voltas. Detalhe: só tinha oriental. Não sei se eles estão montados na grana ou se têm mais paciência que o resto do mundo. Os dois, talvez. Bom, eu é que não ia encarar aquela fila gigantesca. Fui dar umas voltas, me deslumbrei com os preços baixos. O Boxing Day na Inglaterra está para o Black Friday nos Estados Unidos. Descontos de 50% e até mais. Mas não é tudo que entra na liquidação. As novas coleções sempre ficam de fora. Algumas lojas nem entram, como a Channel por exemplo. 

Saí da Selfridge lá pras 2h da tarde. Pense no carnaval de rua da Bahia! Pois é, a Oxford estava parecida. Muita gente andando de um lado pro outro, se apertando para passar e, ao invés da cerveja gelada, o que se vendia era castanha torrada. Só faltou o trio elétrico porque animação a galera tinha. Todo mundo feliz no sonho do consumo! Eu rodei umas quatro lojas, gastei uns pounds, esqueci de almoçar, cheguei até a tirar o casaco porque senti calor no meio da rua em pleno dezembro de Londres. Coisas do Boxing Day

A data (26 de dezembro) é feriado no Reino Unido. Os bancos não funcionam. Várias linhas do metrô também não. Algumas fecham para manutenção e outras porque os trabalhadores entram em greve. Além da celebração das compras, é um dia famoso também para o esporte britânico. Equipes das quatro divisões diferentes, desde a Premier League até a League Two, a quarta divisão inglesa, entram em campo para uma rodada completa. 


Não se sabe ao certo a origem do termo Boxing Day. Uns dizem que, na época antiga, como os empregados trabalhavam na noite de Natal, eles ganhavam uma folga no dia seguinte (dia 26) para visitar a família. E os patrões os presenteavam com caixas (boxes, em inglês) contendo comida, presentinhos, roupas, etc. Outros falam que antigamente, durante o mês de dezembro, a igreja arrecadava dinheiro para doar aos pobres e as caixas (boxes) com as doações eram abertas um dia após o Natal para que o montante fosse distribuído. 

Independente de qual seja a versão correta, o certo é que eu andei andei e fui parar na loja Prada da Bond Street. Sim, comprei minha bolsa. E viva o Boxing Day!

sábado, 1 de dezembro de 2012

Liverpool dos Beatles 2 (continuação)

The Cavern Club
À noite, fomos no Cavern Club. Uma cópia, pois o original foi demolido em 1973. O que mais me chamou atenção na hora em que entrei foi o cheiro de desinfetante. Na época, as pessoas que frequentavam o The Cavern saíam impregnadas por uma combinação de fumaça de cigarro, suor e o cheiro do desinfetante  colocado para limpar o local. Pois é, até isso foi recriado! Tinha uma banda tocando, claro, Beatles, e um público bem animado. A maioria turistas do próprio Reino Unido. 
Não foi preciso muito esforço para eu conseguir me transportar àqueles anos e imaginar os Beatles tocando na minha frente. Será que eles tinham noção do que estaria por vir? Será que eles imaginariam que hoje, mais de 50 anos depois da primeira apresentação no The Cavern, milhares de pessoas visitam o local, ainda que uma réplica, em busca deles? 

Camisa assinada por Pelé no Cavern!!!


The Magical Mystery Tour

No dia seguinte, um Beatles tour. Fomos nós num ônibus igual ao do Magical Mystery Tour (o guia só fala inglês). Emocionante ver a casa onde os meninos moraram. A igreja de St. Peter onde John e Paul se conheceram. Penny Lane, uma rua com sua rotina e sua gente como outra qualquer. Imaginar o menino John brincando nos jardins de Strawberry Fields. Perceber que eles foram crianças como eu e você, que cresceram andando de bicicleta, fazendo amizades no ônibus escolar, aprendendo a tocar violão, se encantando com as novidades do mundo. Perceber que, independente da fama e da grana, eles, como eu e você, tiveram amores, decepções, doenças, superações. Mas que, diferente de nós, eles tiveram a rara sensibilidade para transformar tudo isso em música, inovadora e inesquecível. Esses são os Beatles! 
Casa de tia Mimi onde John morou


Oh! Darling
Strawberry Fields Forever!


The Magical Mystery Tour



Liverpool dos Beatles (1)


Tenho certeza de que se eu tivesse vivido os anos 60 seria uma beatlemaníaca. Agora, mais de 40 anos depois do fim da banda, sou fã. E para uma fã dos Beatles, nada melhor que Liverpool. A cidade fica cerca de duas horas e meia de Londres (de trem) e é uma graça. Merece um post extra-Beatles. Mas vamos aqui nos centrar nos quatro rapazes. 

The Beatles Story
Na porta do Beatles Story
Chegamos em Liverpool por volta de meio-dia e fomos, de mala e tudo, para o Beatles Story, o museu dos Beatles em Albert Dock. De início, o museu parece apenas uma catalogação de dados e fotos da banda mas vai se aprofundando na história e você vai se envolvendo cada vez mais com tudo ali. Tem reproduções interessantes como a do The Casbah, o clube que muitos consideram como realmente o primeiro em que os Beatles tocaram, e a da vitrine da Hessy's, loja de instrumentos musicais da época onde os rapazes deixaram uma dívida grande só paga depois da fama. Na réplica da Mathew Street, onde fica o The Cavern, tem até um rato que dá um ar underground ao local. Muito legal as partes do Sgt. Pepper, com uma reprodução gigantesca da capa do disco, e do Yellow Submarine (as crianças adoram). Mais legal ainda porque o guia  possui áudio em português do Brasil. 
Matrioska dos Beatles


Eu e my friend John!
The Casbah
Depois de conhecer a trajetória da banda, você entra num espaço dedicado a cada um dos Beatles já na época carreira solo. O espaço recria a atmosfera característica de cada um deles. O de George Harrison é todo zen, no estilo Hare Krisnha. Macca, o bom menino, com sua mulher Linda, canta uma de suas melhores músicas: Live and let die. O de Ringo é meio pobrinho, também convenhamos ele era o menos talentoso. Aaaah... e o de John, meu favorito, com um monte de travesseiros para recriar o protesto que ele fez na cama com Yoko Ono já em Nova York. No interior de uma redoma, seus inconfundíveis óculos de aros redondos, avaliados em US$1,5 milhão. 


Antes de sair, uma última cena, singela e marcante: uma reprodução da sala com o icônico piano branco, onde John gravou Imagine. Amei!

Poderia até terminar aí que já valeu a viagem, mas tem mais... 





segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Iuri e a Primary School (parte II)



 Depois de quebrar a cara tentando uma state school para Iuri,  centrei minha busca nas independent schools (particulares e caras). Pesquisei na internet e escrevi um email (com meu inglês tosco e a ajuda do Google Tradutor, imagine o que não saiu!) para quase todas as escolas privadas de Londres. E quase todas responderam que não havia vaga. Quatro me deram boas notícias, dessas escolhi 2 para visitar. 

A primeira com um espaço físico enorme, um laboratório de ciências daqueles de filmes e até latim Iuri iria aprender. Na nossa visita, o Headmaster (diretor), com uma voz alta e grossa, perguntou de cara: -Você quer ser o quê quando crescer? Até eu fiquei nervosa... 

Achei a segunda mais simpática, mais aconchegante. Metrô quase na porta. Próxima ao Regent Park, num prédio secular, tombado como patrimônio. Todo dia tem aula de PE (Educação Física) nesse que é na minha opinião um dos parques mais belos de Londres. Iuri já está estudando lá há 3 semanas. 

A nova escola começa as 8:45h e termina as 15:45h. Ele tem aulas de Inglês, Matemática, Ciências, Espanhol, Computação, Drama (teatro), Música e Educação Física. São apenas 10 alunos por sala. Entre os colegas, 7 meninos e 3 meninas, um árabe, um italiano, um espanhol, uma russa, uma portuguesa, uma francesa e três ingleses. Coincidentemente, a portuguesa tem o mesmo sobrenome de Iuri. Um dia desses ele chegou em casa perguntando se podiam ser parentes.

O sistema de ensino britânico tem um ano a mais do que o brasileiro. Iuri aqui está na 5ª série (Year 5) da Primary School, que vai até os 11 anos. Em seguida, vem a Secondary School, dos 12 aos 16 anos. O ano escolar é dividido por Term, cada um com duração de mais ou menos 3 meses. Assim, tem o Autumn Term que é quando o ano letivo começa, no início de setembro, e que vai até meados de dezembro, com um intervalo de 2 semanas para o que eles chamam de Half Term (férias curtas). Em seguida, vem o Spring Term, de janeiro a março, com Half Term de uma semana. E depois o Summer Term, de abril a julho, também com Half Term de uma semana. As férias do meio do ano são longas, de quase 2 meses. As de fim de ano são de aproximadamente 20 dias. 

Coisa mais linda ver o meu filho sair de manhã, ainda com cara de sono, num uniforme super "inglês", de camisa, calça e sapato social (que precisa urgentemente ser engraxado!) e com uma mochila lotada de coisas (agenda, livros, roupa de Educação Física, tênis, garrafa de água, almoço, casaco, gorro, luva e guarda-chuva). Coisa mais deliciosa ver o meu filho chegar da escola cheio de novas histórias, com um monte de dever e sempre esquecendo de trazer alguma coisa (a última foi a chuteira). Ele quase não tem mais tempo para a Tv e nem para os jogos eletrônicos, em compensação traz um brilho no olhar característico de quem está feliz. 

Iuri at school
Estação pertinho da escola

Que nota para esses sapatos?







domingo, 18 de novembro de 2012

Iuri e a Primary School (parte I)


Uma das coisas mais difíceis para mim em Londres foi conseguir escola para meu filho. Iuri tem 9 anos e, no Brasil, está na 4ª série. Eu vim pra cá com a certeza de que ele estudaria numa escola pública. Ainda ponderei se seria a melhor opção, mas li numa matéria da Veja que qualquer escola pública daqui é melhor do que qualquer escola privada daí. Então tá, me convenci. Aqui, brasileiros me garantiram que seria fácil arranjar escola pública para Iuri pois "toda criança tem direito a escola" (hum, já ouvi isso...) e o Governo teria a obrigação de conseguir uma para o meu filho. 

Funciona assim: você elege 5 escolas públicas que gostaria que seu filho estudasse e aplica para essas. Eles usam muito esse termo aqui: apply para escola, universidade e para visto de entrada. Com base em alguns critérios, o Governo decide em qual escola seu filho vai estudar. O critério mais importante é a distância entre a casa e a escola. Quanto mais perto, melhor. Outro critério é se a criança já tem irmão/irmã na mesma escola. As instituições ligadas à Igreja exigem também uma espécie de "comprovante de religiosidade": um padre tem que atestar que você frequenta tal paróquia e dar boas referências sobre a sua família. É claro que a escola  precisa ter vaga para poder aceitar seu filho, as melhores geralmente não tem. 

Depois de entender tudo isso e bater o martelo em relação ao bairro em que iríamos morar, comecei a minha saga em busca de uma state school para Iuri. Na internet você encontra a avaliação oficial de todas as escolas. Visitei umas 10 na redondeza da Victoria Street. Algumas bem pertinho de casa, cerca de 5 minutos andando. Elegi minhas 5 favoritas, preenchi o formulário para "aplicar" e foi então que descobri um pequeno detalhe: Iuri não teria direito a escola pública aqui, pois o nosso visto é de apenas 6 meses. "Se quiser, coloque ele numa escola paga ou então contrate um tutor (professor particular)", foi o que ouvi das autoridades. Aqui é assim, as coisas funcionam bem, muito bem, mas de acordo com regras, rígidas regras. 

Aliás, uma pausa para um conselho aos menos experientes. Quebrei muito a cara tanto para tirar o visto, como para conseguir moradia e também escola aqui em Londres. E muito por conta de informações erradas. Até empresas tidas como renomadas me deram informações truncadas em relação a que visto eu e minha família deveríamos "aplicar", por exemplo. Depois de apanhar muito e ler bastante, sei hoje mais sobre o assunto que muitos advogados por aqui. Da minha experiência, te digo: se você tem alguma dúvida sobre esses tópicos, procure logo o órgão competente para se informar. Os sites oficiais geralmente são muito bons. E se continuar com dúvida, mande um email. Eles sempre respondem.

Chegamos aqui no dia 21 de agosto e um mês depois, Iuri continuava sem escola. Chegar em casa e encontrar ele mais um dia assistindo Tv me angustiava tanto que  pensei em voltar para o Brasil. Comecei então uma nova saga que eu conto no próximo post. Esse já está muito grande.
Até mais!

domingo, 11 de novembro de 2012

Poppies, Remembrance Day e eu com isso?

Hoje é dia de homenagear os combatentes ingleses que foram mortos nos campos de batalha. E como tudo aqui nesse país, a data é levada a sério. Uma celebração com a participação da Rainha acontece todo ano na décima primeira hora do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês, que foi quando foi assinado o Armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, em 11 de novembro de 1918. 

Hoje é o dia da celebração mas as homenagens aos que morreram nas guerras começam no início de novembro. Durante todo o mês, os ingleses usam uma flor, a poppy, presa geralmente do lado esquerdo do casaco. A escolha pelo lado esquerdo tem explicação, segundo eles: para os homens porque é o lado em que eles recebem as medalhas e para as mulheres pois é o lado em que a viúva deve honrar a medalha do marido. As flores, em geral de plástico, são vendidas em vários pontos de Londres, principalmente nas estações de metrô, e o dinheiro arrecadado vai para a Royal British Legion Poppy Appeal Benevolent Fund, instituição dedicada aos veteranos e seus dependentes.

A poppy é a papoula que a gente conhece no Brasil pela extração do ópio ou porque as sementes dessa flor vêm sendo usadas pelos chefs de cozinha para dar o toque final a pratos chiques. Mas achei interessante o porquê da papoula ter se tornado a flor-símbolo da homenagem aos combatentes mortos. Conto aqui rapidamente para vocês. Uma das batalhas mais sangrentas da Primeira Guerra aconteceu em Flanders, na Bélgica. Prédios, estradas, árvores, tudo foi devastado. E o lugar, que antes abrigava casas e fazendas, virou um mar de lama. Entre as ruínas, brotou uma flor de pétalas vermelhas: a poppy. As sementes dessa flor podem ficar anos debaixo do solo sem germinar porque elas precisam que a terra seja remexida para conseguirem brotar.  Segundo os ingleses, a flor que desabrochou do nada trouxe vida, cor e esperança aos soldados que continuavam lutando. 

Para o nosso país, que não sofreu as consequências de uma guerra como os europeus, é difícil entender a importância que eles dão a essa data. Ontem à noite, por acaso, passei pela Abadia de Westminster e vi o pátio da igreja tomado por pequenas cruzes de madeira. As cruzes ficam agrupadas por pelotão e trazem, cada uma, uma poppy junto ao nome do combatente homenageado. São milhares. Foi quando vi essa cena que percebi a dimensão da guerra para os ingleses. Senti o peso de uma história que não é minha, não é do meu povo nem do meu país, mas que me pertence porque diz respeito ao homem, ao ser humano, num dos seus momentos mais dramáticos. 




segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"There's no place like home"


Fim de semana fui matar a saudade do Brasil numa churrascaria. As carnes não eram lá muito saborosas, acho que deviam ser congeladas por isso meio sem gosto. Mas os acompanhamentos estavam ótimos. Saladas, maionese, arroz, feijão, farofa, pão de queijo, coxinha, coisas que tinham sim o gosto da comida lá de casa

A minha primeira garfada de arroz com feijão preto, depois de dois meses de Londres, foi de um saudosismo intenso. Até eu me surpreendi com a minha reação. Fui tomada por uma sensação de amparo, de conforto. De que realmente não há lugar como nosso lar, não é Dorothy?

A gente pode até viver bem na terra dos outros. E a terra dos outros pode até ser melhor do que a nossa, mas sou daquelas pessoas que acreditam em raízes. Pra mim, a terra em que a gente vive, com a sua gente, seus costumes, suas tradições, vai para sempre nos acompanhar na vida. Já acreditava nisso mas senti essa magia na pele ao comer meu arroz com feijão. 

Na churrascaria, além da comida, os garçons também são brasileiros. Dvd's de artistas nacionais como o de Zeca Pagodinho, ajudam a aplacar um pouco a saudade. O rodízio, por pessoa, sai por aproximadamente 20 libras. O restaurante chama-se Preto e fica próximo à Picadilly Circus (rodiziopreto.co.uk).

Existem, claro, outros restaurantes brasileiros em Londres. Próximo à minha escola, na Oxford Street, já perto da Tottenham Court Road, tem um pequeno que vende feijoada, nunca comi mas os colegas dizem que é boa. Embaixo dele, há um mercadinho com alguns produtos brasileiros.

Em Queensway, tem uma loja brasileira legal. Chama-se "Casa Brasil" e fica no Queensway Market (casabrasillondres.co.uk). Dá para achar vários produtos por lá. De sandálias Havaianas a paçoquinha, de água de coco a revistas de fofocas como Caras e Contigo. Iuri foi direto no Guaraná Antarctica. Eu comprei arroz, feijão, farinha de madioca (muito grossa, não gostei muito mas melhor que nada), e CAFÉ!!! Gente, o café da Inglaterra é muito ruim. Estilo o americano: aguado, sem gosto e caro. E como eu sou viciada em café, estava sofrendo por aqui. Mas agora já garanti uns 4 pacotes. Cada um por 5 libras (quase vinte reais). Mas esse dinheiro eu gasto sem pena pois acordar e tomar um cafezinho decente é para mim a melhor maneira de começar o dia. E para fechar o dia também não há nada melhor. Por falar nisso, vou preparar a minha xícara noturna. Boa noite para vocês!


Um black cab com propaganda do Brasil







quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Baby Fashion

Que Suri Cruise o quê !!!! Fashionistas do mundo inteiro garantem que o trofeu baby fashion 2012 vai para Lara Bertié !! "Lara mistura tendências como ninguém e está revolucionando a moda baby no eixo Londres-NY", derrete-se Stella McCartney.


Baby Fashion
O texto acima foi escrito por Renata Vidal, dinda coruja, e é claro que é uma brincadeira. Mas que Lara está uma delícia nesses modelitos do inverno londrino, isso está. Também, é cada roupa tão linda,  vestidinho, sobretudo, meia calça, chapeuzinho, luvinha, botinha... Ai, dá vontade de comprar uma coisa diferente a cada dia. Por sinal, hoje comprei uma bota pra ela na Gap. A loja não é muito barata não. Custou cerca de 60 reais. Nada que se compare às brasileiras e carésimas Lilica Ripilica e Tyrol, por exemplo. 


Aqui não existe babá como estamos acostumados no Brasil, só babysitter que é um serviço caro. As escolas só aceitam crianças a partir dos três anos. Estou pensando em colocar Lara numa creche mas primeiro quero que ela se familiarize com algumas palavras em inglês. Se bem que outro dia, ao sair do táxi, ela falou para o motorista bye bye. Eu não acreditei. Tá pensando que criança é besta? E quando ela disse que queria ir para o pub? Não sei de onde tirou essa!


Vintage: com roupa que foi da mamãe
Fralda aqui não é tão caro como no Brasil. Um pacote com 20 sai por mais ou menos 15 reais. Não existe leite para "fases da criança", como por exemplo o Ninho daí. Aliás, ainda não encontrei leite em pó em Londres. Difícil mesmo é ver algum bebê de chupeta. Não lembro de ter visto nenhum. Tenho a impressão de que criar filho na Inglaterra é mais simples do que no Brasil, apesar de ser mais trabalhoso já que a gente tem que se virar sozinho. Eu tenho a sorte de ter tido o apoio dos meus pais e agora contar com a minha sogra, enquanto meu Xan não chega. 

Na falta de ter com quem deixar, os bebês acompanham os pais em quase todos os lugares. Eles só não são muito bem vindos nos locais mais chiques, como lojas e restaurantes. O carrinho aqui acaba sendo equipamento indispensável. Muitos deles vêm com uma espécie de cobertor que ajuda bastante quando o frio aperta, embora Lara odeie e não use de jeito nenhum o do carrinho dela (por sinal, ai se Stella McCartney visse esse carrinho!). Experiência ruim foi pegar o metrô com o carrinho. Aqui as estações têm muitas escadas então é um transtorno grande. Só fiz isso uma vez. Nesse caso, prefiro o ônibus.
No carrinho dos Beatles


By: "As Três Irmãs"
Parisiense









sábado, 20 de outubro de 2012

Na Terra da Mão Inglesa

O trânsito aqui é de deixar qualquer um louco, motorista ou pedestre. Se você for se aventurar no volante, já sabe que ele fica do lado direito, né? Isso pode parecer simples mas muda toda a sua noção de tráfego.

Nunca dirigi em Londres mas já andei de carro algumas vezes por aqui e posso dizer que pra mim foi hard ou com muita emoção, lembrando os termos daí da terrinha. Não só pela inversão no sentido do trânsito, acho que isso até dá para se acostumar, mas principalmente pelo tamanho das ruas. Com exceção das avenidas e ruas mais modernas, a maioria é bem estreita. Estreita mesmo de se achar que é mão única simplesmente porque pelo espaço só daria para passar um carro. Mas aqui passam dois. A explicação é que, no passado, as ruas foram feitas para a passagem de carruagens. 

Para o pedestre, o perigo talvez seja ainda maior. Na hora de atravessar a rua, é claro que pelo hábito, a gente tende sempre a olhar para o que aqui é o lado contrário. O resultado: um grande número de atropelamentos. Por isso que, em qualquer viela, tem sempre pintado no chão: look left ou look right. Eles já sabem da quantidade de desavisados por aqui. 

Mas não importa se você é motorista ou pedestre. Os ingleses respeitam e cumprem a lei talvez como nenhum outro povo. E isso significa em termos de sinal de trânsito que aqui realmente o vermelho é "PARE!", e o verde, "PASSE!". Não ache que é só pôr o pézinho na rua para que os carros já parem pra você atravessar, como em outros países da Europa. Não. Mas se estiver verde pra você, vá sem susto. Agora se estiver vermelho e você ousar atravessar... 

Outro dia, olhei para o devido look left e, mesmo com o sinal vermelho pra mim, decidi atravessar, recebi uma buzinada de uma van que acho que veio do além pois não tinha a visto de jeito nenhum. Minha mãe também passou por uma dessas e tomou um puta susto. Na dúvida, nunca vá. E o melhor mesmo é ter paciência e esperar o verde pra você. Lei é lei, baby! Pelo menos, por aqui.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O que não fazer em Londres (3)

Jamais confunda sheet com shit. Sheet significa "folha de papel" ou "lençol" e a pronúncia é longa: "sheeeet". Enquando que shit - merda - é curtinha: "shit!"e acabou. Ou ainda beach - praia -, também com o "e" longo ("beeeeeach"), com bitch, que significa "puta". 

Ok, isso eu já sabia. Mas em pleno curso de inglês, na minha primeira aula, eu consegui confundir nick com dick. Imagina o mico. Pois bem, estávamos naquele momento approach de conhecer os colegas. A professora dividiu a sala em grupos de 3 pessoas. Eu, querendo ser sympathetic, perguntei ao colega japonês qual era o dick name dele. Geeeente, o japa abriu um olhão (sim, eu vi que isso é possível!) e ficou mais vermelho que um pimentão. Só não mais do que eu quando percebi a shit que tinha feito. Risadas sem graça a parte, faltei no dia seguinte com vergonha da turma. Depois,  passou. Ora, não vai ser o primeiro nem o último mico que pago em terras estrangeiras.

Outro dia, num restaurante, fui pedir um napkin (= "guardanapo") e falei "please, a kidnapper" (= "por favor, um sequestrador"). A garçonete ficou me olhando assustada. Pra gente como eu que confunde cinzeiro com isqueiro e vatapá com abará, it's just normal baby, so relax. Relax é exatamente o que tenho feito em relação aos meus micos estrangeiros.

Por falar em mico, vai um adendo: os micos aqui são esquilos. Explico: não sei no resto do Brasil, mas em Salvador mico é coisa normal. Qualquer árvore no bairro da Graça tem pelo menos um. Mas as pessoas sempre se surpreendem quando os vêem. Fazem a maior festa. Aqui é a mesma coisa com os esquilos. Eles existem as pencas em todos os parques mas basta ver um para ouvir oh, so cute!!!!!!