Hoje é dia de homenagear os combatentes ingleses que foram mortos nos campos de batalha. E como tudo aqui nesse país, a data é levada a sério. Uma celebração com a participação da Rainha acontece todo ano na décima primeira hora do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês, que foi quando foi assinado o Armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, em 11 de novembro de 1918.
Hoje é o dia da celebração mas as homenagens aos que morreram nas guerras começam no início de novembro. Durante todo o mês, os ingleses usam uma flor, a poppy, presa geralmente do lado esquerdo do casaco. A escolha pelo lado esquerdo tem explicação, segundo eles: para os homens porque é o lado em que eles recebem as medalhas e para as mulheres pois é o lado em que a viúva deve honrar a medalha do marido. As flores, em geral de plástico, são vendidas em vários pontos de Londres, principalmente nas estações de metrô, e o dinheiro arrecadado vai para a Royal British Legion Poppy Appeal Benevolent Fund, instituição dedicada aos veteranos e seus dependentes.
A poppy é a papoula que a gente conhece no Brasil pela extração do ópio ou porque as sementes dessa flor vêm sendo usadas pelos chefs de cozinha para dar o toque final a pratos chiques. Mas achei interessante o porquê da papoula ter se tornado a flor-símbolo da homenagem aos combatentes mortos. Conto aqui rapidamente para vocês. Uma das batalhas mais sangrentas da Primeira Guerra aconteceu em Flanders, na Bélgica. Prédios, estradas, árvores, tudo foi devastado. E o lugar, que antes abrigava casas e fazendas, virou um mar de lama. Entre as ruínas, brotou uma flor de pétalas vermelhas: a poppy. As sementes dessa flor podem ficar anos debaixo do solo sem germinar porque elas precisam que a terra seja remexida para conseguirem brotar. Segundo os ingleses, a flor que desabrochou do nada trouxe vida, cor e esperança aos soldados que continuavam lutando.
Para o nosso país, que não sofreu as consequências de uma guerra como os europeus, é difícil entender a importância que eles dão a essa data. Ontem à noite, por acaso, passei pela Abadia de Westminster e vi o pátio da igreja tomado por pequenas cruzes de madeira. As cruzes ficam agrupadas por pelotão e trazem, cada uma, uma poppy junto ao nome do combatente homenageado. São milhares. Foi quando vi essa cena que percebi a dimensão da guerra para os ingleses. Senti o peso de uma história que não é minha, não é do meu povo nem do meu país, mas que me pertence porque diz respeito ao homem, ao ser humano, num dos seus momentos mais dramáticos.
Muito bom seu post, parabéns.
ResponderExcluirLizi
Obrigada pelo comentário!
ExcluirLindo esse comentário. Adorei.
ResponderExcluirMaridelma
Mas não é verdade? Você tb não ficou tocada lá na Abadia? Coisas de Londres...
ResponderExcluirbjs
Mi! Seu texto está lindo! Amei! Beijos poppy!
ResponderExcluirObrigada Li. Saudade muita de vc!
ExcluirMila: cada vez melhor...nao PARE!! Fico sempre ansiosa para a proxima postagem...SAUDADESSSSSSS!! Alé
ResponderExcluirE eu não vejo a hora de escrever um post contando as suas aventuras por aqui. Venha logo!!!!
ResponderExcluirAdorei a sua percepção . Saudades!
ResponderExcluirKisses and hugs!
Mônica
Ohhh, a gente estava junto nesse dia. Delícia amiga. Vem de novo, vem!!!
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