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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Tradições natalinas na Inglaterra

Já dei presentes, já ganhei presentes. Já cantei músicas natalinas, dei risadas com minha família. Comi peru, farofa. Me acabei nas sobremesas. Engordei 3 quilos. Feliz Natal!!!!

Mas os ingleses só comemoram o Natal hoje, dia 25, o dia mesmo do nascimento de Jesus. Portanto, entramos no clima e, além do nosso Natal tradicional da noite de 24 de dezembro, fizemos hoje uma improvisação no café da manhã com alguns elementos ingleses. Já que estamos aqui, o jeito é curtir. E vamos nessa!

Happy Christmas!!!!



Vamos conhecer algumas tradições do Natal inglês.

- Discurso de Natal da Rainha: o Natal só começa mesmo depois do discurso da Rainha transmitido pela BBC. Este ano, o discurso aconteceu as 3h da tarde. Ela lembrou dos que morreram nas guerras, homenageou os que não podem passar o Natal com a família, pois estão servindo as Forças Armadas, falou dos seus 60 anos de reinado, recordando o dia da coroação. E, claro, disse que esse ano a família real está maior com a chegada do bebê George. Gravei o finalzinho para vocês.


Essa tradição começou na Segunda Guerra Mundial. Naquela época, a Rainha decidiu gravar uma mensagem de rádio para levantar o ânimo da população durante os bombardeios. O resultado foi tão positivo que ela continuou a discursar nos anos seguintes, o que acabou virando tradição.

- Christmas Crackers: parecem bombons embalados. Dentro, eles trazem sempre uma coroa de papel e um presentinho simples que pode ser um lápis, clips, forminha de biscoito, enfim, besteirinhas. A brincadeira é, ao sentar na mesa, cada um segura seu cracker e num movimento, como se tivesse se auto-abraçando, divide o cracker com o vizinho até que depois da contagem (algo como 1, 2, 3 e já) todos puxam os crackers até eles "explodirem" (na verdade, rasgarem). Quem fica com o lado do presente, ganha, claro. 
Christmas Cracker

- Paper Crown: as coroas de papel vêm dentro dos crackers. Todos colocam essa coroa e ficam com ela durante toda a ceia. Ah, isso é a cara do natal daqui!!! Meio bobo mas super tradicional. Já no início de dezembro, é comum ver nos restaurantes gente usando essas coroas durante almoços e jantares. 

Larinha zangada porque não ganhou o presente do Christmas Cracker



- Comidas: na ceia de Natal, sempre tem um prato de carne que pode ser peru, porco, carneiro ou vaca. Em geral, peru com molho gravy (é o molho da carne cozido com suco de laranja, alho, cebolinha, mostarda, alguns colocam até cerveja). Os acompanhamentos são: salmão defumado, Yorkshire pudding (não me peça para explicar pois não faço a mínima ideia como faz, a textura parece uma casquinha de pão torrada e o gosto é muito bom), pork pie (torta de porco que pode ser grande ou em porções individuais - já vem pronta na Marks & Spencer) e roasted vegetables que em geral são batata, nabo, cebola, cenoura e beterraba.
Família inglesa na ceia de Natal (foto: Jupiter Images)


- Christmas Pudding: super tradicional, em toda casa tem que ter um. A origem vem dos tempos medievais. É um pudim feito com frutas secas, principalmente passas, e com uma calda de conhaque. Esse ano, eu comprei um pra gente experimentar. Comprei também uma vela especial para pôr em cima. A farra foi boa mas o gosto não agradou muito não. É, digamos, forte.

Christmas Pudding (foto: www.theguardian.com)


Nosso super enfeitado Christmas Pudding 
- Cartões de Natal: geeente, os ingleses simplesmente adoram cartões de Natal. Eles distribuem aos montes. É algo realmente importante para eles que internet nenhuma substitui. Acho bacana isso mas acho as vezes meio sem nexo pois em alguns casos eles simplesmente compram cartão já com mensagem e só fazem assinar embaixo. Assim meio impessoal, sabe? Mesmo assim, concordo que é bem melhor que aquela coisa de feliz natal pela internet!
Cartões de Natal que Iuri ganhou dos colegas da escola
- Presentes: os presentes aqui são abertos no dia 25 pela manhã, dia do nascimento de Jesus. Os pais acordam as crianças já anunciando: Papai Noel chegou! E todos vão doidos pra sala!!

Posto aqui dois comerciais ingleses bem bacana.  Um da loja de departamentos John Lewis que é bem espírito de Natal. E o outro da rede de supermercados Sainsbury, que eu acho ótimo.Vejam!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Let It Be - o musical dos Beatles

E aí, é Beatles ou não?








Engana bem, né? É Let It Be, o musical dos Beatles. Fui com Maiana, minha cunhada, de última hora. 

Chegamos no Savoy Theatre cinco minutos antes do começo do musical. Compramos os tickets na hora. Entre os vários assentos de 25 a 90 libras, optamos pelos de 35 libras e nos demos bem. Seguinte: o teatro é pequeno e não é preciso estar no lugar mais caro para ter a melhor vista. O nosso assento de 35 libras estava maravilhoso, central e com uma ampla visão do palco.

O musical está mais para um show cover do que para um musical mesmo com história entremeada por músicas, como outros que já assisti. Na verdade, é só música. São mais de 40 sucessos dos Beatles cantados em ordem cronológica. Assim é que começa com os quatro garotos de terno e cabelos curtos ainda na fase do Cavern Club. 






A produção é super bacana. Figurinos impecáveis. E os músicos/atores também são muito bons. Achei o Paul McCartney fake muito gaiato pro meu gosto. O George Harrison é sem dúvida o mais parecido. A voz do Lennon cover é igualzinha. 


Agora, só tenho uma observação. Geeente, aquele John Lennon na fase já cabelão e óculos redondos só me lembrou Didi Mocó vestido de cangaceiro. kkkkk, dou risada só de lembrar. Se você for assistir,  repare e me diga se não parece. Postei o vídeo abaixo só para vocês terem uma ideia.




Enfim, Let It Be super vale a pena. Público de diferentes idades se empolgam com o musical. E difícil é ficar sentado. Confesso que me senti em pleno show dos Beatles. Deu até vontade de gritar tipo as beatlemaníacas de antigamente.

Veja o site de Let It Be para mais informações: http://www.letitbelondon.com


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Christmas is coming

Até o ônibus está no clima 

E porque o Natal está chegando e o inverno também, Londres está ainda mais bonita. As ruas enfeitadas, as praças, os prédios. Em cada lugar do centro da cidade, uma decoração diferente.




Oxford Street, centro de compras sempre lotado de turistas, ganhou um monte de bolas brancas que lembram flocos de neve caindo. 


Oxford Street Christmas Light (foto de www.visitlondon.com, with thanks)

Na Regent Street, o Christmas light deste ano é inspirado na animação Mr. Peabody and Sherman (que chega aos cinemas só em fevereiro). A decoração aqui é mais suntuosa, digamos mais chique, o que faz jus a rua, cheia de lojas de grife.



Regent Street 2013 (fotos de www.flickr.com)
O Robin é esse passarinho aí
A lendária Carnaby Street, que fez fama nos anos 1960 como o lugar mais irreverente e descolado de Londres, este ano está repleta de singelos passarinhos. O tema de Natal é The Year of The Robin. Confesso que gostei mais da decoração do ano passado em homenagem aos Rolling Stones, não tanto pela decoração em si mas porque Rolling Stones e Carnaby Street tem absolutamente tudo a ver.

Nós 4 em Carnaby numa das poucas fotos que temos todos juntos


Decoração do ano passado em homenagem aos Rolling Stones

Se você descer a Regent Street toda, vai chegar a Piccadilly, uma espécie de Times Square londrina. Eles transformaram a praça central num globo de neve.  Muito gracioso!
Piccadilly (foto do www.theguardian.com )

A maior árvore de Natal de Londres está na principal praça da cidade, a Trafalgar Square. Olha o tamanho, e é natural, viu?


Trafalgar Square Christmas Tree (foto da BBC)



Trafalgar Square do buzão!!
Tirei a foto ao lado voltando para casa de ônibus. Estava sentada naquela parte superior do bus que tem uma vista privilegiada e, aliás, vale por um city tour

O clima natalino é tão presente por aqui que eu encontrei uma árvore de Natal até em meio a construção de um prédio. Coisas de Londres.


Merry Christmas!!!!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Fazendo faxina em London

Geeeente, tô exausta! 

#forçanoesfregão!#hajapray!#mãonamassa! #soumaispoderosacomluvas! #amowindolene#daminhacasacuidoeu!

Tudo isso para dizer que o dia hoje foi de faxina. O que significa que limpei 2 banheiros, 1 lavabo, 3 quartos, sala, cozinha e corredor. Affff, sem contar que a lavanderia está uma bagunça, cheia de roupas!!! E ainda estou me preparando psicologicamente para fazer o jantar. Com meus dotes culinários, isso significa que ainda vou ter uma cozinha imuuuuunda para limpar. E um jantar duvidoso para servir: salgado ou sem sal? És sempre a questão!

Tá pensando que é fácil a vida em Londres? Aqui não existe uma coisa básica que, aliás, já já deve ficar em extinção por aí: empregada doméstica. Primeiro, porque é muito caro: a hora dessa mão de obra aqui sai, em média, por £10, ou seja, aproximadamente 35 reais. 

Segundo, porque (e também pelo fato desse serviço ser muito caro) as pessoas aqui aprendem desde cedo a se virar sozinha. A varrer a casa, a pôr o lixo na porta, a lavar pratos, a colocar a roupa na máquina e tudo mais que seja necessário para que uma casa "ande sozinha". Aqui a mentalidade é: se você comeu, porque é que EU é que vou lavar?, se você desarrumou, porque é que EU é que vou arrumar?. Cada um que seja responsável pelas suas coisas. O que não significa que uma mãe não possa fazer o jantar da família. Ok, ela pode e, geralmente, é ela quem faz. Mas que, depois do jantar, é o filho quem tira a mesa, é o pai quem coloca o lixo fora e etc. E isso, eu aprendi aqui, não é uma concessão de fim de semana. É normal. Faz parte da vida em família.

Tenho uma amiga de uma amiga que é casada com um lorde inglês. Apesar do título de nobreza, é ela  quem faz o jantar todos os dias e todos ajudam a manter a casa limpa e arrumada. Uma vez por semana, uma pessoa vai lá fazer a limpeza mais pesada. E isso não é nenhum esforço para a "família de nobres". É apenas a rotina. 


É claro que, em decorrência desse estilo de vida, existe todo um suporte. No mercado, por exemplo, você encontra frutas e verduras já lavadas e cortadas, prontas para o consumo. Peixes e carnes cortados e temperados. Se quiser caprichar no jantar, pode comprar da entrada a sobremesa. Tudo semi-pronto e delicioso (a Marks & Spencer é a minha favorita!). Aliás, pode até escolher se quer um jantar inglês estilo comida de pub, ou indiano (acho que é o que tem mais opções), ou italiano, ou chinês ou japonês. Todos esses tipos de comida têm aos montes em qualquer mercado por aqui. 

A faxina também é bem diferente da que estamos acostumados no Brasil. Uma das primeiras coisas que me toquei quando me vi diante de um banheiro a faxinar foi: "cadê o ralo?". Simplesmente, não há ralo  pois basicamente não se usa água para a faxina. Automaticamente, lembrei do meu prédio em Salvador onde toda sexta é dia de lavar os pátios do playground, independentemente de se fazer sol ou mesmo chuva. A ordem é lavar com mangueira e pronto!

Vida de empreguete!

Aqui é tudo na base do spray e do paninho. Por isso vá se acostumando. Senti logo falta da nossa milagrosa Q'boa (como é chamada no Nordeste) ou Cândida (acho que no restante do Brasil) e só vim descobrir produto semelhante meses depois. Mas tô postando fotos dos produtos que mais uso para você não chegar no mercado desavisada.

Atenção: os produtos daqui são fortes, bastante concentrados, portanto use pouco ou diluído em água e, principalmente, use LUVAS!!!! No começo, achei que esse negócio de luvas era apenas coisa da minha mãe que sempre fala: "use luvas para não estragar suas mãos tão belas, minha filha!". Mãos que já foram até modelos da H.Stern - tá pensando o quê? - e é claro que é minha mãe quem sempre lembra disso! Logo percebi que minha mamacita estava era certa. Eu agora com minhas luvas sou "a poderosa", huahua!!
Desinfetante, o "pato" que a gente conhece aí, Vim que a gente tb conhece, Windolene maravilhoso
para limpar vidros e o outro é para superfícies de metal, tipo chuveiro e torneiras

Bleach é Q'boa ou Cândida, os lencinhos de limpeza: vou leva pro Brasil!!!

Outra coisa super eficiente aqui são os paninhos que já vem com produtos de limpeza. Você encontra desses paninhos para limpar banheiro, vidros, cozinha, etc. São várias as opções. Eu uso muito deles no dia-a-dia. Depois de fazer comida, por exemplo, nada melhor para limpar o balcão da cozinha. 

Os eletrodomésticos também facilitam e muito. Aliás, estou com ideia fixa para o meu ap. no Brasil. São 3 que acho fundamentais para quem quer depender cada vez menos de empregada doméstica: 1) ralo na pia. Ma-ra-vi-lho-so!!!! Uma super facilidade na hora de fazer a comida pois você pode cortar batata, cebola, cenoura e tudo mais dentro da pia. E também na hora de arrumar a cozinha pois é só despejar todos os restos direto na pia sem ter que meter a mão no ralo (mesmo com luva!) para tirar todos aqueles restos de comida, arght!!. Basta acionar o "ralo Tabajara", huahuahua!! Tabajara é por minha conta só para lembrar dos tempos do Casseta & Planeta!!!!! 

Outro eletro que acho o máximo: 2) Máquina de lavar pratos - geeeente, nunca realizei como isso é útil. Se bem que tem que usar com cautela pois gasta muita água. 3) Máquinas separadas de lavar e de secar roupas. Além de dar uma controlada na energia (cuidado pois, ao contrário, você pode gastar muito mais), quase não precisa passar a roupa, é só tirar da máquina enquanto ainda está quentinha e dar uma desamassada com as mãos! Save energy and effort!!!!!!

Mas eu preciso confessar uma coisa para vocês: depois de mais de um ano experimentando váaaarios produtos, virando uma expert em limpeza de banheiros (sim, é muito mais fácil quando você sabe como se faz!!) , pegando uma alergia nas mãos (eis o ônus) e, o que eu acho pior de tudo: vacuum (passar aspirador de pó), contratei uma pessoa para me ajudar. Sim, me dei esse direito!!! Esse é o segundo mês que tenho um cleaner, ui, que chique! Hammid, meu cleaner importado da Argélia, é um amor. Toda quarta-feira chega aqui a 1h em ponto e dá um duro danado até as 5h da tarde. Faxina cara da zorra. Mais de 500 reais por mês. Na verdade, ele gosta mesmo é de fotografia, mas vai ganhando a vida aqui em Londres do jeito que dá. Como milhões de outras pessoas de todo o mundo que acham que a vida aqui é melhor. Nem sempre. Altos salários... Altos gastos.

Mas hoje eu estou exausta e feliz. Afinal, "salvei" 40 libras. Aqui, eles usam essa expressão: "save money", o equivalente a "economizar". Portanto, economizei cerca de 150 reais. Já posso ir na Selfridges gastar por conta, né Xan?







domingo, 24 de novembro de 2013

Diana

Gente, vocês já foram assistir Diana? Fui na semana passada. O filme estreou aqui em setembro com direito a premiere na Leicester Square e muitas críticas na mídia. Aliás, tudo que diz respeito a realeza britânica dá o que falar por aqui. Ando perguntando aos ingleses o que eles acham sobre a monarquia e a resposta mais comum é: "bolshit!" De um modo geral, eles acham uma besteira, dizem que não ligam a mínima mas que é bom pois atrai turistas, embora a realeza gaste muito muito dinheiro do povo. Eles acham também que depois da morte de Diana, a monarquia ficou impopular e agora com a presença de Kate Middleton e o nascimento do bebê George a popularidade está retornando. 

O filme conta, de forma romanceada, os dois últimos anos da vida da princesa de Gales com base no livro Diana: her last love, de Kate Snell. O foco é o relacionamento de Lady Di com o médico paquistanês Hasnat Khan. Eu estava curiosa para saber mais sobre essa história que foi pouco divulgada na época e, claro, para conferir a interpretação da australiana Naomi Watts como Diana. 

O filme e a vida real
A caracterização da personagem está ótima, com figurinos idênticos que é só ver para lembrar imediatamente das inúmeras fotos da princesa publicadas em revistas como Caras, como aquela de maiô azul claro no barco do affair Dode Al-Fayed. Só achei meio fake os olhares dados pela atriz de baixo para cima tão característicos de Diana. 

Cenas reais de Diana e do filme



É preciso relevar algumas cenas difíceis de acreditar como a da princesa pulando o muro para fugir dos fotógrafos. Mas fora isso, o filme é leve, gostoso de assistir. A gente fica querendo acreditar que tudo aquilo seja verdade, torcendo para um final feliz que nem nas novelas brasileiras. Aliás, noveleiro mesmo é meu marido que adorou o filme. É dele, o post abaixo.


O Galã de Lady Di (gossip, gossip, gossip)
Tentei muitas vezes ler Ulisses, mas não passei das primeiras páginas. Se minha memória não me engana, eu parava sempre nuns trechos enormes em latim. Isso foi nos tempos da Faculdade de Comunicação. Frustrado, ataquei de Finnergans Wake. Nesse fui mais adiante, mas também não dei conta. O jeito foi apelar para Dublinenses e, finalmente, poder me gabar que li alguma coisa de Joyce.

Gosto mesmo de novela. E aqui em Londres, tenho sofrido com a falta da Globo na minha telly. O jeito foi atacar de Record. Já vi José do Egito, Prova de Amor, o remake de Dona Xepa e agora estou me divertindo com Pecado Mortal!!!

Foi nesse espírito que fui ver Diana. E ADOREI! Saí de lá curioso para ver a cara do cirurgião misterioso que foi "o amor verdadeiro da princesinha de Gales". E na internet descobri que o Dr. Hasnat Khan da vida real é tão feioso quanto o orelhudo (Naveen Andrews) que o interpretou no cinema. 

Dei maior ponto a Diana. Enfrentou na moral um orelhudo, barrigudo, boca de cigarro, comedor de hambúrger, que morava num pardieiro. O filme bota ela de 4 pelo camarada. Lady Di corre atrás, vai pra porta do prédio gritar para ele aparecer na janela, se rasga toda, faz faxina no ap dele e vai até pro Paquistão pedir permissão da família do doutorzão. 

Mas valor mesmo dei ao Doutor Paquistanês. O cara ficou na maior boca de siri. Nunca falou do relacionamento com ninguém. E ainda ficou puto com o filme que, por sinal, bota ele como o maior machão da história moderna. Ele não quis viver aquele mundinho de Diana e ainda deu um pé na bunda dela. E nunca falou disso para a imprensa. Um verdadeiro cavalheiro. Vai entender.

Recomendo ardentemente o filme. Só dêem um descontinho nas culhudas, mas é diversão de primeira. Aqui foi maior celeuma, pois o doutorzão esculhambou só de ter visto o trailer. Depois de ver o filme, sugiro a leitura desse link para saber o que é verdade e o que é mentira no sentido extramoral: http://www.historyvshollywood.com/reelfaces/diana.php

Hasnat Khan na época do romance

Hasnat em foto atual

Cenas do filme


domingo, 10 de novembro de 2013

Poppies de Novembro

Saí do curso ao meio-dia e meia. Entrei no ônibus 24, como de costume, mas não sei porque a última parada dele foi em Trafalgar Square e não na New Scotland Yard, ao lado da minha casa. Decidi ir andando, cerca de 20 minutos. 

Passei pelo Thames. Vi a London Eye do outro lado. Entrei por Westminster. Dei de cara com um monte de turistas tentando a melhor foto do Big Ben, normal. Segui pelo Parlamento até a Abadia de Westminster. O movimento ainda maior que o usual chamou minha atenção. 



No jardim da Abadia, dezenas de idosos passavam lentamente de um lado para o outro, alguns com uma cruz na mão, todos com uma flor vermelha na lapela. A flor é a poppie, usada por muitos ingleses em novembro. Uma homenagem aos combatentes que morreram nos campos de batalha.



Amanhã é comemorado o Remembrance DayUma celebração com a participação da Rainha que acontece todo ano na décima primeira hora do décimo primeiro dia do décimo primeiro mês, que foi quando foi assinado o Armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, em 11 de novembro de 1918. 

Amanhã é o dia da celebração mas as homenagens aos que morreram nas guerras começam no início de novembro. Durante todo o mês, os ingleses usam uma flor, a poppy, presa geralmente do lado esquerdo do casaco. A escolha pelo lado esquerdo tem explicação, segundo eles: para os homens porque é o lado em que eles recebem as medalhas e para as mulheres pois é o lado em que a viúva deve honrar a medalha do marido. As flores, em geral de plástico, são vendidas em vários pontos de Londres, principalmente nas estações de metrô, e o dinheiro arrecadado vai para a Royal British Legion Poppy Appeal Benevolent Fund, instituição dedicada aos veteranos e seus dependentes.



Para nós, brasileiros, que não sofremos as consequências de uma guerra como os europeus, é difícil entender a importância que eles dão a essa data. Tenho viva em minha memória uma história que meu pai me contou. A família russa teve de deixar o país por causa do comunismo. Por conta disso, meu pai nasceu na antiga Iugoslávia. Nas andanças pelo mundo, foram parar num campo de refugiados na Áustria. De lá, fugiram numa carroça durante uma noite. Tiveram que deixar pra trás meu bisavô. Ele próprio renunciou a fuga e de certa forma a vida por se sentir velho e doente. - "Eu só vou dar trabalho para vocês, me deixem ficar", teria dito. Meu pai conta que depois meu avô ainda tentou localizar o pai, em vão. Nunca mais tiveram notícias. 

Isso foi o mais perto que eu estive da guerra. Uma história que ouvi na infância e me emociona ainda hoje. Por isso, respeito a dor da guerra. Daí eu ter parado para contemplar os velhinhos ingleses a procura de um nome entre tantas cruzes. São milhares. 

O meu lado jornalista pulsou forte e tive vontade de entrevistar aquelas pessoas, conhecer aquelas histórias. Senti o peso de uma realidade que não é minha, não é do meu povo nem do meu país, mas que me pertence porque diz respeito ao homem, ao ser humano, num dos seus momentos mais dramáticos. 

No ano passado, escrevi um post sobre este assunto onde conto o que é a poppie e o porquê ela simboliza os combatentes ingleses que morreram nos campos de batalha. Você pode conferir em:
- Poppies, Remembrance Day e Eu com isso?

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Coisas Inusitadas em Londres

Londres é o inusitado. Bastam 15 minutos por aqui para se ter a certeza disso. 

Lembro de quando era adolescente, tirada a alternativa, e queria vir para Londres, a cidade dos punks. Pois os punks estão envelhecendo e ficando em extinção por aqui. Mas figuras é que não faltam. As mais diferentes, as mais bizarras, as mais engraçadas. 

Aqui, você pode ser quem você quer ser - desde que não agrida o direito de ninguém. E, seguramente, vai encontrar pessoas que se identifiquem com você. Bares, restaurantes, clubs, lojas. Dos mais esquisitos aos tradicionais. 

Entre tantas coisas inusitadas que venho encontrando em Londres, destaco algumas aqui para vocês.

  • Um cachorro figurando a vitrine de uma loja em Brick Lane. Ia passando pela loja sem perceber que ele era de verdade, foi quando vi o rabinho dele balançando discretamente para as pessoas na rua. E o dog entra no clima e fica mesmo paradinho. Oh, so cute!


  • Quer entrar literalmente numa fria? Que tal esse bar na Heddon Street, uma transversal da famosa Regente Street? Aqui "tomar uma gelada" é redundante. Até os copos são de gelo, incluindo as paredes e as mesas. 





Para entrar no Icebar, você recebe essas roupas térmicas e luvas especiais O ingresso custa £14 (£16 aos sábados) e lhe dá o direito de ficar por até 40 minutos. Difícil é aguentar mais de 10 minutos aí dentro... 
http://www.belowzerolondon.com

  • Descobrir que você tem um antepassado inglês e ainda por cima famoso. Eu estava numa livraria procurando um livro para Iuri e me deparei com a biografia Bertie. Geeente, comprei o livro e estou louca para descobrir quem é essa celebridade que leva o meu sobrenome, huahuahua!
"Bertie"
  • Tomar um coco gelado na rua mais badalada de Londres. Estávamos em plena Oxford Street quando demos de cara com essa barraca de cocos. Claro que bateu imediatamente saudade da nossa Bahia. Mas sabe quanto para matar essa saudade? 12 reais o coco gelado. E nem tem o marzão para dar o clima.


Olha só o que fizeram com o coco...

  • Se sentir num cocoon nesse banheiro (sim, é um banheiro!) do restaurante Sketch. Esquisitíssimo! http://sketch.uk.com

  • Tomar uma no:

O bar fica na Lisle Street, bem perto de China Town.